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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Obesidade infantil cresce 240% nos últimos 20 anos

Segundo estudo realizado por nutricionista, na região que compreende a AMMOC cerca de 8% das crianças e 12 % dos jovens são obesos.









Paula Patussi(RAÍZES DIÁRIO)

Especial

JOAÇABA - Os números são alarmantes quando se fala em obesidade infantil. As dobrinhas que antes agradavam à família, hoje preocupam as autoridades mundiais em saúde. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) estima que o número de crianças obesas do Brasil cresceu 240% nas últimas duas décadas. O problema já é considerado epidemia mundial. A Organização Mundial da Saúde calcula que, no mundo, uma em cada dez crianças está acima do peso.

As crianças e os adolescentes brasileiros estão, em média 12% acima do peso, número que pode chegar a 35% em alguns casos. Os dados são do Ministério da Saúde, que também alerta sobre problemas futuros como osteoporose, devido a perda de massa óssea.

Segundo a nutricionista da AMMOC Noemi Pontin, que acompanha todas as escolas dos municípios que integram a Associação dos Municípios do Meio Oeste Catarinense, "a obesidade consiste num processo de inflamação do tecido adiposo. Em grandes quantidades, como é o caso atual das crianças e adolescentes brasileiros, compromete a aquisição de massa óssea".

Toda essa preocupação tem sentido. A obesidade acarreta uma série de problemas graves de saúde. “Entre a lista de conseqüências dos quilos a mais estão, o diabetes tipo II - até então encontrado só nos adultos -, a hipertensão, os altos índices de colesterol e a síndrome metabólica, que resulta de uma associação de fatores de risco que aumenta as chances de doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio; e ainda problemas respiratórios e ortopédicos, provocados pela sobrecarga de peso, com lesão do sistema ósteoarticular, principalmente nos períodos de estirão do crescimento”. E as causas da obesidade são muitas, e entre elas a má alimentação, sedentarismo, antecedentes familiares, hormonal.

As chances de uma criança obesa ser um adulto com o mesmo problema são enormes ressalta Noemi. Segundo a nutricionista, são raros os casos de problemas endocrinológicos nas crianças. “O aumento de peso na maioria das vezes vem da alimentação inadequada e da falta de atividade física”, afirma.

Noemi Pontin, que faz o acompanhamento do cardápio de escolas da região da AMMOC, realizou um estudo que comprova os dados a nível do país. Segundo ela, dados recentes comprovam que jovens com faixa etária de 10 a 15 anos, já somam em nossa região um número de 8% a 12% já obesos. Já em crianças o número é de 6% a 8%. Para a nutricionista, crianças e jovens que estudam em as escolas particulares são ainda mais propensas a ser tornar obesos, devido o fator socioeconômico. “As escolas particulares possuem cantinas e a guloseimas, eles tem acesso mais fácil na hora do recreio a esses alimentos, já em escolas públicas existem um acompanhamento nutricional, previsto em legislação, que prevê que 20 % das necessidades nutricionais das crianças e jovens devem estar no lanche oferecido. O cardápio possui entre 400 a 450 calorias, e não é permitido o consumo de guloseimas, frituras, sucos artificiais, produtos enlatados ou embutidos que são ricos em sódio. Até mesmo o lanche que os pais mandam é monitorado; mas ainda noto que muitos pais ainda continuam mandando guloseimas e alimentos com corantes artificiais; sempre recomendamos a eles que evitem mandar esse tipo de lanche, mandamos avisos e sempre promovemos campanhas para juntos tentarmos mudar hábitos alimentares errados, em uma alimentação saudável”, diz.



Bons exemplos em casa

O cardápio básico do brasileiro – composto de arroz, feijão, bife e salada – está ficando para trás. Hoje as opções são os pratos rápidos, comida congelada e, para quem tem ainda mais pressa, o chamado fast food. Segundo Noemi recomenda-se que verduras, frutas e legumes estejam presentes no almoço e no jantar, todos os dias. “As crianças são os reflexos dos pais e vão comer o que eles põem no prato”. E vai além: “se os pais não tiverem esse hábito é melhor adotá-lo o quanto antes, senão as crianças vão ter que reaprender a comer mais tarde - e isso será difícil”.

“Os pais precisam fazer opções inteligentes quando o assunto é a alimentação dos pequenos e saber negociar com eles as guloseimas para ocasiões especiais. O importante é que elas não façam parte da rotina da criança”, explica a nutricionista.

Outro hábito que ajuda os pequenos a manter os ponteiros da balança lá em cima é a falta de atividade física. E engana-se quem acredita que uma aula de judô ou balé por semana pode ajudá-los a queimar toda a energia. Bom mesmo é brincadeira de criança.

“Eles precisam correr, pular, andar de bicicleta, patins e passar tardes brincando com outras crianças”, afirma Noemi. “A ‘geração videogame’ é a grande candidata a formar uma legião de pessoas obesas – que preferem o computador a uma bola de futebol – e com uma série de problemas tanto de saúde física, quanto de mental. E as estatísticas comprovam: 80% dos adultos obesos foram crianças obesas”, diz.

A solução para esse grave problema de saúde pública, segundo Noemi é promover mudanças no estilo de vida da população.

1.Praticar atividades físicas diariamente por pelo menos 30 minutos: caminhar, andar de bicicleta, jogar bola, correr, nadar. Temos de incentivar a prática da atividade física prazerosa e criativa. A atividade física adequada depende da aptidão e da escolha da criança. Exercitando-se com prazer, ela não abandona o esporte.

2.Fazer todas as refeições com os alimentos adequados para cada uma delas: café da manhã, lanche, almoço, lanche vespertino, jantar e ceia.

3.Não substituir água e sucos naturais por refrigerantes ou sucos artificiais.

4.Aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes diariamente, em especial os da estação.

5.As refeições devem ser feitas à mesa, com tranqüilidade.

“Nunca é tarde para ensinar bons hábitos alimentares aos nossos filhos. E quanto mais cedo começarem as mudanças, melhor. Instalar hábitos alimentares saudáveis aos três anos é mais fácil do que quando a criança está com 10 anos. Se a criança já está gordinha, sinal de problema e não é hora de cruzar os braços e deixá-la comer o que quiser. Tratado o problema no seu início as chances dela tornar-se um adulto obeso ou com um manequim padrão são as mesmas: de 50%. Já um adolescente obeso reduz para cerca de 20% a sua probabilidade de vir a ter um peso normal um dia, se não interromper o ciclo vicioso que o leva a comer em excesso”, ressalta.
 
Dez erros a serem evitados


1. Brincadeiras e distrações: hora de comer é hora sagrada, evitar distrações, visitas, telefonemas, fazer aviãozinho. Cuidado com os mimos e a manha;

2. Sempre dizer sim: criança sem limites abusa na quantidade e na péssima escolha do alimento. Deve-se buscar ser mais liberal em outras situações;

3. Ceder ao primeiro não gosto disso: a criança tende a dizer que não gosta do que nunca provou. Cada um pode comer o que quiser, mas experimentar é fundamental;

4. Comida como recompensa: ''coma esta salada para ganhar a sobremesa'' passa a idéia de que salada não é bom e que a sobremesa é tudo de bom;

5. Lanches fora de hora: o ideal são 6 refeições diárias, e evitar beliscar fora de hora;

6. Chantagem: ''se não comer a cenoura, não ganha presente''. Isso só vai aumentar o ódio que a criança sente dos legumes;

7. Substituir refeições: não quer arroz e feijão, então toma só a sobremesa. Esse erro é muito comum, e se a criança conseguir uma vez, vai repetir a estratégia sempre;

8. Tornar o habito de comer na rua um programão: a comida de casa vai ficar meio sem graça;

9. Falta criatividade na comida: a criança vai enjoar;

10. Dar o exemplo: não adianta mandar tomar sucos e beber refrigerante.

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